terça-feira, 2 de outubro de 2007

Dando a Volta por Cima e Superando os Obstáculos

Reavalie neste exato momento, os acontecimentos, as experiências vividas, as conquistas, o progresso e os obstáculos ultrapassados da sua vida. A vida não é um enigma. É, antes de mais nada, um reflexo, uma expressão, um espelho que reflete o que carregamos nas profundezas do nosso coração, da nossa mente e da nossa alma (confira em Provérbios 23:7).
Costumamos mentir para nós mesmos, mas não podemos fugir à realidade que se manifesta claramente na nossa consciência. Negamos a realidade porque nos recusamos a vislumbrar nossos conflitos internos. Culpamos as pessoas e os fatos porque assim não teremos que reconhecer as "coisas feias que carregamos no coração".
Fugimos do que somos para sermos aceitos. Pelo medo do reconhecimento das ragilidades, continuamos mergulhados nesta ilusão. Ilusão que conduz ao tédio, a depressão e uma série de doenças emocionais.
Todas as situações à sua volta são reflexos das suas crenças a respeito das coisas. Não mudamos as situações, nos transformamos e, então, as situações mudam. Aprendemos a viver de maneira muito defensiva: estamos o tempo todo nos sentindo ameaçados pelas pessoas, pelo meio. Vivemos tensos, com medo, prontos para "atacar" ou "fugir". Temos muito medo de ser machucados emocionalmente. Temos muito medo de ser abandonados, humilhados. Gritamos para ocultar o medo, fugimos do amor para evitar o adeus e deixamos de lado o "experimentar" que é verdadeiramente viver. Pelo medo de sofrer, nos impedimos de viver. Viver é experimentar, saborear sem medo de errar, de sofrer, entendendo que tudo passa: nada, nem ninguém é de ninguém. Tudo "caminha junto" enquanto faz sentido. Tudo passa: o bom, o doce, o amargo, o azedo, o radiante, o nebuloso, tudo passa... E é assim mesmo que tem que ser!
Nas experiências da vida ganhamos a oportunidade de "treinar" diversos aspectos de nós. Nada pode se estagnar porque a evolução é fluxo, movimento, fazer e reciclar. Devemos ser um pouco mais impessoal, que significa ser livre para experimentar e expressar a própria individualidade, interagindo com todas as situações da nossa vida, não mais como um ser fragmentado, indefeso, assustado, se sentindo pequeno, mas como um ser integral (alma, mente e corpo), receptivo, aberto, seguro em si, afetuoso, desapegado, pleno e pronto para compartilhar.
A vida de muitos está repleto de "desencontros" porque as pessoas estão em busca "do que posso encontrar no outro para me satisfazer", quando, na verdade, as relações fluem sobre o conceito do "quero dividir, compartilhar, caminhar lado a lado". Lembre-se: a vida não reflete a mudança das nossas atitudes externas, mas das nossas atitudes internas em relação a nós mesmos. Em vez de seguir aquela onda que lhe chama para pensamentos que lhe farão sofrer, todos eles contra sua auto-estima, pare por um segundo, respire e pergunte: “O que tem de mim nisso? Como construí essa situação? Em que aspectos estou me abandonando, negligenciando meu valor, minhas vontades?” E observe, tente se manter o mais positivo possível, rebatendo os pensamentos negativos que surgirem, com a idéia de que não é algo pessoal, de que haverá uma solução inteligente para dar a volta por cima e superar os obstáculos.
Aceitar, simplesmente aceitar, é um passo decisivo no processo de cura de qualquer situação. Aceitar significa entender o sentido oculto contido nas situações difíceis do passado. Isso significa também perdoar e esperar! E é incrível como depois de "aceitar" a situação que antes parecia uma "facada no peito" a cada recordação, se torna uma lembrança comum, uma experiência. A partir de então a situação externa começa a mostrar sinais gradativos de mudança.
É preciso ter persistência e paciência, já que é um processo construído por anos num mesmo padrão de crenças. O medo é um outro fator que segura as realizações. Um lado em nós diz: "Quero!", o outro: "Tenho medo!". Geralmente esse último é bastante inconsciente, sendo algumas vezes imperceptível à maioria das pessoas. O nosso sistema de defesa nos protege de tudo aquilo que pode significar perigo à nossa integridade física ou emocional e, dessa maneira, afasta as situações, atrasa os acontecimentos, confunde, complica, impossibilita a realização da situação que por um lado diríamos "sim". O nosso "não" tem muita força, porque serve como um forte indicador para o nosso sistema “proteger”. Por isso, em tudo aquilo que dizemos querer que aconteça e que acaba nunca acontecendo ou quando acontece mas não se solidifica, há duas forças lutando entre si: o sim e o não. Uma das maneiras mais fortes de se dizer "não" ao sistema é através do medo. Dessa forma, não adianta tentar mudar a situação; é preciso trabalhar a noção de segurança dentro de si. É preciso renovar a nossa mente e inserir bons pensamentos capazes de renovar o nosso ser.

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